quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Garoto Perdido

Suas vontades são brumas de sonho
Seus pés correm, se cansam
Nunca alcançam lugar algum
Garoto perdido
Eu vi seus cacos no chão
Vi seus olhos fitando o passado
Horas, dias, anos mortos
Todos viraram cinza, lava fria
O sol queima lá fora mas você não sente
Não vê, não pensa, não percebe
Seus desejos são bolhas de sabão
Levados pela brisa fria
Você sofre e sangra
Mas eles não te ouvem
Estão ocupados cavando suas próprias covas
Feche seus olhos e continuará me vendo
Eu quebrei alguns falsos cristais
Em sua mente
Minhas ideias vão continuar latejando
Minhas palavras ainda ardem em seus ouvidos
Eu sempre vi a ferrugem no seu rosto
Garoto perdido
Que ficou gravado em mim

domingo, 5 de setembro de 2010

Razões dos finais

Tudo é nuvem
As razões dos finais
Estão escondidas num horizonte longínquo
Não temos acesso
O que queima em mim
Se apagou em você
Oh Deus!
Como podem borboletas
Habitarem castelos de giz?
A água sempre precisará escoar
Em algum lugar
E eu me perdi

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Sexy Green Eyes

Olhos verdes quentes
Me desnudam devagar
Retiram de mim
A vergonha, a roupa
Uma a uma
Me torno sua
Minha boca não é suficiente
Quente, úmido e pulsante
Te quero devagar e profundo
Me tomando o corpo, a mente
Como animais nos fazemos
Corpos em brasa e novamente
Fito teus lindos
Olhos verdes

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Flashes de domingo

Na tarde de domingo
Enquanto te via nas fotografias
A gota d'água rabiscava teu rosto
Mas que estranho, na foto tu não estavas triste
Sorrias
Quem desaguava era eu

...

A lua mandona me disse
-Esquece-
As estrelas tagarelas disseram
-Tenta outra vez-
Veio o sol e eu adormeci

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Sob a luz do fim do dia

Tu não me dizias nada
Andavas à minha frente
Em meio àquelas pessoas apressadas
Tu já sabias o meu pensamento
Eu permiti que lesse todos

Enquanto me acariciava sob a luz do fim do dia
Teus olhos a refletiam
A luz das lâmpadas salpicadas
Eram como luas, sóis, satélites, estrelas cadentes
Se eternizando em minha mente como fotografia

sábado, 1 de agosto de 2009

Queridos girassóis

Naquele quarto de hotel
As paredes se encaravam e falavam de mim
Dentro das horas loucas
Quem enlouquecia era eu

No vaso de mosaicos os girassóis
Me alegravam
Nas retinas ficou gravado
O amarelo

Naquele quarto de hotel
Meu amante se satisfez e silenciou
Me deixou na companhia
Dos girassóis...

sexta-feira, 6 de março de 2009

Ser sua canção

E entre tantas canções que existem
Tantos timbres a ecoar
A que preferes é por um sentido peculiar

Perguntando sei que mentes
Qual a preferida entre todas?
Eu só queria ser a canção que ouves diariamente